Compositor Zé
Clementino
José Clementino nasceu no Sítio
Juazerinho, município de Várzea Alegre – CE, em 1936. O encontro com o cantor e
compositor Luiz Gonzaga ocorreu no Crato, em 1965.
Na época, Gonzagão
estava em declínio em face dos embalos da Jovem Guarda. A parceria com José
Clementino colocou o rei de volta às paradas. A primeira música foi “XOTE DOS CABELUDOS“. No
mesmo disco, Gonzaga gravou “CONTRASTE
DE VÁRZEA ALEGRE” e “XENHENHEM”. Depois foram gravadas “O JUMENTO É NOSSO IRMÃO”
e “CAPIM NOVO“,
tema da novela da Rede Globo, “Saramandaia” e no início da década de 1980, veio
“SOU DO BANCO”. Ao
lado de Luiz Gonzaga, Padre Antônio Vieira e Patativa do Assaré, Zé Clementino
fez parte da “Trilogia do
Ciclo do Jumento“, um movimento idealizado no Crato, em defesa do
jegue. A iniciativa tomou dimensão nacional através da música e da poesia dos
quatro defensores do jumento. A campanha ganhou mais intensidade na década de
80, quando os quatro se encontraram na Exposição Agropecuária do Crato (Expocrato), sob a
presidência de Henrique Costa. Naquela oportunidade, Padre Vieira chegou ao
palanque, onde se encontravam Luiz Gonzaga, Patativa e Zé Clementino, montado
num jumento. Ao lembrar este fato, destacamos que Zé Clementino foi um dos mais
vigorosos músicos do Ceará. José
Clementino é autor de autênticos clássicos da música nordestina, tendo sido
interpretado por alguns dos grandes nomes da MPB, dentre os quais o “O REI DO BAIÃO” -
Luiz Gonzaga. Foi funcionário público e morou durante anos na cidade do Crato –
CE, quando lá trabalhou na agência do INSS. Zé Clementino integrou-se à vida
boêmia da Princesa do Cariri, fazendo parcerias com outros artístas.
A
cidade de várzea Alegre se destaca por inúmeros contrastes fundamentados na
alegria de espontaneidade de seu povo. O grande precursor dos contrastes de
Várzea Alegre foi, inesquecivelmente, o motorista Joaquim Felipe de Souza,
homem inteligente e de visão engraçada. Em suas viagens ao sul do país,
descrevia a cidade numa forma humorística, onde os curiosos indagavam sobre as
divergências da cidade e este, mais empolgado ainda, respondia com exagero à
sua platéia.
Inspirado na figura de Zé Felipe e nos comentários da “boca do povo”, José Clementino do Nascimento imortalizou-se e tornou-se renomado ao cenário artístico com a música “OS CONTRASTES DE VÁRZEA ALEGRE”, gravado pelo rei do baião Luiz Gonzaga. Os próprios filhos da terra tinham a iniciativa de propagar seus contrastes, fazendo gozação, como se disseram: “FALE MAL, MAS FALE DE MIM”. Jornais e estações de rádio deliciaram-se com o fato. Assim, falavam dos que realmente existiam e ainda criavam imaginários outros.
Inspirado na figura de Zé Felipe e nos comentários da “boca do povo”, José Clementino do Nascimento imortalizou-se e tornou-se renomado ao cenário artístico com a música “OS CONTRASTES DE VÁRZEA ALEGRE”, gravado pelo rei do baião Luiz Gonzaga. Os próprios filhos da terra tinham a iniciativa de propagar seus contrastes, fazendo gozação, como se disseram: “FALE MAL, MAS FALE DE MIM”. Jornais e estações de rádio deliciaram-se com o fato. Assim, falavam dos que realmente existiam e ainda criavam imaginários outros.
ZÉ CLEMENTINO
formou com Patativa do Assaré e Luiz Gonzaga o movimento “Trilogia do Ciclo do
Jumento”
PADRE ANTÔNIO
Vieira foi um dos idealizadores do movimento em prol do jumento
A morte do compositor José Clementino
consternou o Cariri. Ao lado de Luiz Gonzaga, Padre Antônio Vieira e Patativa
do Assaré, Zé Clementino fez parte da “Trilogia do Ciclo do Jumento”, um
movimento idealizado em Crato, em defesa do jegue. A iniciativa tomou dimensão
nacional através da música e da poesia dos quatro defensores do jumento. A
campanha ganhou mais intensidade na década de 80, quando os quatro se
encontraram na Exposição Agropecuária do Crato (Expocrato), sob a presidência
de Henrique Costa. Padre Vieira chegou ao palanque, onde se encontravam Luiz
Gonzaga, Patativa e Zé Clementino, montado num jumento.
Ao lembrar este fato, o jornalista Huberto Cabral destaca que Zé Clementino foi um dos mais vigorosos músicos do Ceará. É o autor de autênticos clássicos da música nordestina, tendo sido interpretado por alguns dos grandes nomes da MPB, dentre os quais o “Rei do Baião” — Luiz Gonzaga. Funcionário público aposentado, Zé Clementino, que já morou em Crato, quando trabalhava no INSS, integrou-se à vida boêmia da Princesa do Cariri, fazendo parcerias com outros artistas cratenses, entre os quais, Correinha e Hildelito Parente.
Com o “velho Lua”, o talento de Zé Clementino ganharia destaque nacional, ao passo que, por outro lado, a inventiva produção artística do compositor varzealegrense proporcionaria vitalidade e renovação à obra musical de Luiz Gonzaga. O “batismo” fonográfico da parceria Luiz Gonzaga-Zé Clementino procedeu-se, de certa forma, quando o “Rei do Baião” atravessava um longo período de ostracismo e mesmo de indefinição quanto à continuidade da carreira artística. No seu trabalho anterior, o ilustre “sanfoneiro de Exu” mostrava-se desestimulado e cético quanto aos possíveis rumos de sua até então vitoriosa trajetória musical. Numa de suas canções mais emblemáticas da época, Luiz Gonzaga lamentava: “Pra onde tu vai, Baião? / Eu vou sair por aí / Mas por que, Baião? / Ninguém me quer mais aqui...”. De fato, o Baião, assim como outros ritmos nordestinos, havia perdido o forte apelo comercial que gozara no passado, particularmente em virtude do surgimento de novos movimentos musicais — a Bossa Nova e a Jovem Guarda. Nesse panorama, foi lançado o álbum “Luiz Gonzaga – Óia Eu Aqui de Novo”, o qual continha três canções compostas por Zé Clementino. Uma delas, o “Xote dos Cabeludos”, uma bem humorada crítica à estética ‘hippie’ que conquistava a juventude de todo o mundo, tornou-se uma das músicas mais executadas do país no verão de 68, trazendo o ‘Rei do Baião’ de volta à mídia e despertando o interesse das novas gerações pelo riquíssimo acervo musical do artista.
Naquele mesmo ano, Zé Clementino confere uma legítima e emotiva dádiva à sua cidade natal, quando compõe a letra do Hino Oficial de Várzea Alegre. No seu álbum seguinte, Luiz Gonzaga grava “O jumento é nosso irmão”, uma homenagem à luta, encampada pelo Padre Vieira, em prol da preservação da espécie asinina. Em 1976, fazendo proveito do mesmo tema, o Rei dAo Baião gravaria “Apologia ao jumento”, uma espécie de discurso inflamado em que, com muito bom humor, exalta as benesses do “pobre e castigado” animal. Registra ainda o xote “Capim Novo”, outra canção do compositor varzealegrense, cuja letra sugere uma “discutível” alternativa terapêutica e afrodisíaca para os homens que enfrentam os “percalços” da terceira idade.
Em 1978, o Trio Nordestino, na época o campeão em vendagem de discos no segmento de música regional, grava “Chinelo de Rosinha”, uma parceria de Zé Clementino e Paulo César Clementino. Em 1983, o Brasil vê-se tocado pela sensibilidade musical do prodigioso varzealegrense Serginho Piau, que executa a comovente canção “Simplesmente Zé”, de autoria de Zé Clementino, em alguns programas televisivos. Por fim, os anos 90 marcaram o processo de revitalização estética e musical do forró, e o cearense Sirano, um dos mais bem sucedidos artistas do Ceará. Entre as suas músicas estão: “Xote dos cabeludos” , “O jumento é nosso irmão”, “Apologia ao jumento”, “Contrastes de Várzea Alegre”, “Capim novo”, “Sou do banco Xeêm”, “Chinelo de Rosinha”, “Jeito bom”, “Hino Oficial de Várzea Alegre”, e “Simplesmente Zé”. Ele faleceu vítima de enfarte no Hospital de Várzea Alegre, aos 69 anos de idade.
Ao lembrar este fato, o jornalista Huberto Cabral destaca que Zé Clementino foi um dos mais vigorosos músicos do Ceará. É o autor de autênticos clássicos da música nordestina, tendo sido interpretado por alguns dos grandes nomes da MPB, dentre os quais o “Rei do Baião” — Luiz Gonzaga. Funcionário público aposentado, Zé Clementino, que já morou em Crato, quando trabalhava no INSS, integrou-se à vida boêmia da Princesa do Cariri, fazendo parcerias com outros artistas cratenses, entre os quais, Correinha e Hildelito Parente.
Com o “velho Lua”, o talento de Zé Clementino ganharia destaque nacional, ao passo que, por outro lado, a inventiva produção artística do compositor varzealegrense proporcionaria vitalidade e renovação à obra musical de Luiz Gonzaga. O “batismo” fonográfico da parceria Luiz Gonzaga-Zé Clementino procedeu-se, de certa forma, quando o “Rei do Baião” atravessava um longo período de ostracismo e mesmo de indefinição quanto à continuidade da carreira artística. No seu trabalho anterior, o ilustre “sanfoneiro de Exu” mostrava-se desestimulado e cético quanto aos possíveis rumos de sua até então vitoriosa trajetória musical. Numa de suas canções mais emblemáticas da época, Luiz Gonzaga lamentava: “Pra onde tu vai, Baião? / Eu vou sair por aí / Mas por que, Baião? / Ninguém me quer mais aqui...”. De fato, o Baião, assim como outros ritmos nordestinos, havia perdido o forte apelo comercial que gozara no passado, particularmente em virtude do surgimento de novos movimentos musicais — a Bossa Nova e a Jovem Guarda. Nesse panorama, foi lançado o álbum “Luiz Gonzaga – Óia Eu Aqui de Novo”, o qual continha três canções compostas por Zé Clementino. Uma delas, o “Xote dos Cabeludos”, uma bem humorada crítica à estética ‘hippie’ que conquistava a juventude de todo o mundo, tornou-se uma das músicas mais executadas do país no verão de 68, trazendo o ‘Rei do Baião’ de volta à mídia e despertando o interesse das novas gerações pelo riquíssimo acervo musical do artista.
Naquele mesmo ano, Zé Clementino confere uma legítima e emotiva dádiva à sua cidade natal, quando compõe a letra do Hino Oficial de Várzea Alegre. No seu álbum seguinte, Luiz Gonzaga grava “O jumento é nosso irmão”, uma homenagem à luta, encampada pelo Padre Vieira, em prol da preservação da espécie asinina. Em 1976, fazendo proveito do mesmo tema, o Rei dAo Baião gravaria “Apologia ao jumento”, uma espécie de discurso inflamado em que, com muito bom humor, exalta as benesses do “pobre e castigado” animal. Registra ainda o xote “Capim Novo”, outra canção do compositor varzealegrense, cuja letra sugere uma “discutível” alternativa terapêutica e afrodisíaca para os homens que enfrentam os “percalços” da terceira idade.
Em 1978, o Trio Nordestino, na época o campeão em vendagem de discos no segmento de música regional, grava “Chinelo de Rosinha”, uma parceria de Zé Clementino e Paulo César Clementino. Em 1983, o Brasil vê-se tocado pela sensibilidade musical do prodigioso varzealegrense Serginho Piau, que executa a comovente canção “Simplesmente Zé”, de autoria de Zé Clementino, em alguns programas televisivos. Por fim, os anos 90 marcaram o processo de revitalização estética e musical do forró, e o cearense Sirano, um dos mais bem sucedidos artistas do Ceará. Entre as suas músicas estão: “Xote dos cabeludos” , “O jumento é nosso irmão”, “Apologia ao jumento”, “Contrastes de Várzea Alegre”, “Capim novo”, “Sou do banco Xeêm”, “Chinelo de Rosinha”, “Jeito bom”, “Hino Oficial de Várzea Alegre”, e “Simplesmente Zé”. Ele faleceu vítima de enfarte no Hospital de Várzea Alegre, aos 69 anos de idade.
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